A cada ano que passa, temos um mercado consumidor cada vez mais exigente, que busca sempre opções mais saudáveis, respeitando as práticas de preservação ambiental e social, sobretudo quando se trata do processo de produção de alimentos e de bens de consumo.
Dessa forma, ter uma produção mais sustentável tem se tornado objetivo de produtores e da indústria, não só do agronegócio, mas de bens de consumo em geral. Mas o que seriam essas tais práticas sustentáveis?
Especialistas da atualidade têm discutido muito a respeito do ESG (Environmental, Social and corporate Governance), em que o conceito de sustentabilidade está pautado em 3 pilares principais: o econômico, o ambiental e o social. Por definição, sustentabilidade é um conceito formado por um conjunto de ideias e estratégias que vão além de práticas ecologicamente benéficas, mas que necessitam ser economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas.
O uso de práticas sustentáveis garante a sobrevivência dos recursos naturais do planeta, ao mesmo tempo em que permite a busca por soluções de desenvolvimento econômico em equilíbrio com o social.
No artigo Tecnologia como aliada da agricultura sustentável, o CEO Latam da Indigo Dário Maffei comenta: “o setor agrícola tem um papel imprescindível no desenvolvimento de projetos sustentáveis que valorizem e promovam boas práticas, ajudando não só a mitigar os impactos no ecossistema, como também a potencializar processos produtivos que gerem oportunidades reais de negócios”, ou seja, a atenção com o meio ambiente e com a sociedade, como parte do negócio, é um fator que melhora não somente o desempenho financeiro, como também gera boas vantagens competitivas.
Que a agricultura é extremamente importante para o mundo todo já não é novidade para ninguém. E os motivos para esta relevância são os mais diversos. Mas o principal é, certamente, o fato de que ela é a fonte primária de 100% da nutrição humana e animal, além de empregar cerca de 40% da mão de obra mundial, seja direta ou indiretamente, dentro da indústria do agronegócio.
Como publicado no site Notícias Agrícolas, sabemos que os índices de consumo de água no mundo indicam que se utiliza 30% a mais de água potável do que a natureza pode repor, sendo que 70% deste total é destinado ao agronegócio. Há ainda outros fatores importantes, como as emissões de gases de efeito estufa, em que 28% correspondem às atividades agrícolas.
Por isso, existem legislações em alguns países que não só classificam o uso de práticas sustentáveis como uma vantagem, mas também como uma exigência.
As duas principais legislações que regulam as normas a serem seguidas pelo produtor rural são:
O primeiro Código Florestal é datado de 1934 e, desde então, sofreu importantes alterações nos anos de 1965 e 2012, que o tornou mais exigente.
São diversas as práticas sustentáveis que podem ser aplicadas nas atividades da propriedade rural e são muitas as vantagens que elas podem trazer. Mas, neste texto, vamos comentar as mais comuns, que são:
- Adubação orgânica e verde
Ambas as adubações, orgânica e verde, trazem benefícios para a sustentabilidade da lavoura, mas existem algumas diferenças entre como elas são feitas.
Quando falamos em adubação orgânica, nos referimos ao uso de restos orgânicos em geral, desde palhada vegetal até dejetos animais. Um exemplo bastante utilizado em grandes culturas é o uso de palhada.
Este resto cultural é decomposto com o tempo e essa decomposição devolve para o solo parte dos nutrientes absorvidos pela planta colhida. Além disso, o uso de palhada é parte essencial do plantio direto, uma das práticas sustentáveis mais utilizadas na agricultura brasileira, que, além de contribuir com o aumento do teor de matéria orgânica do solo, também tem papel fundamental na sua conservação.
Já a adubação verde representa o uso de plantas especialmente cultivadas com a finalidade de fornecer nutrientes. É uma das formas mais baratas de repor a matéria orgânica e aperfeiçoar as características físicas do solo.
- Rotação de culturas
A rotação de culturas é uma das práticas sustentáveis mais antigas que existem e é feita desde a época dos antigos persas, que rotacionavam, principalmente, trigo e cevada. Mas foi buscando maior sustentabilidade que a rotação de culturas ganhou força na atualidade.
Enquanto a monocultura utiliza-se apenas do plantio de grandes áreas de uma única espécie vegetal, o que exige muito do solo, na rotação de culturas, assim como diz o nome, ocorre uma troca de culturas a serem plantadas em um mesmo local. Com isso, é possível notar diversos benefícios, como:
✓ Proporcionar uma diversificação na produção: o produtor pode aumentar a sua rentabilidade cultivando mais de uma cultura, sendo possível que obtenha mais de uma safra por ano.
✓ Melhorar as características do solo: uma rotação de culturas bem estruturada apresenta plantas com arquiteturas radiculares diferentes. Isso melhora a aeração do solo e, em alguns casos e dependendo da planta utilizada, pode ajudar a diminuir problemas como a sua compactação. Outro benefício ao solo é o auxílio na recuperação de áreas de solo degradado – a ciclagem dos nutrientes, por meio das exigências diferentes de cada cultura e dos seus restos orgânicos anteriores, promove a recuperação de algumas áreas consideradas degradadas e torna o sistema mais produtivo.
✓ Auxiliar no controle de pragas e doenças: plantas suscetíveis a diferentes pragas e doenças não são afetadas pelas que atacam a cultura anterior e nem servem de hospedeiras. Isso cria uma dinâmica ambiental que diminui a ação destas pragas e doenças.
✓ Promover vantagens no combate das plantas daninhas: a rotação de culturas promove uma ciclagem muito grande do herbicida utilizado. Dessa forma, o estímulo à promoção de resistência em plantas daninhas é menor e, consequentemente, os danos à lavoura também diminuem.
Este método é de extrema eficiência graças às diferentes exigências nutricionais do solo de cada cultura e da relação de cada uma com as pragas, doenças e plantas daninhas.
- Plantio direto
É um outro método bastante antigo, utilizado desde o Egito e na Babilônia. Mas foi com a publicação do livro ‘Problem vital to Man’s survival on this planet’ (Problema vital para a sobrevivência do ser humano neste planeta), do estadunidense Edward H. Faulkner, que este método se tornou amplamente utilizado na atualidade. No Brasil, ele começou a ser explorado em 1970, de forma a colaborar com a agricultura moderna, na região norte do Paraná.
Por ser uma técnica de cultivo conservacionista, o plantio direto é fortemente recomendado como prática sustentável. Este método traz como principais vantagens a redução na emissão de gases de efeito estufa (neutralização de carbono), diminuição da erosão de solo pela cobertura vegetal, redução do impacto das gotas de chuva e irrigação, redução do escorrimento superficial e da lixiviação, proteção da estrutura do solo, diminuição da amplitude hídrica e térmica, aumento no teor de matéria orgânica do solo e auxílio no combate de plantas daninhas.
Com o plantio direto, o produtor diminui e pode até eliminar os problemas causados pelo manejo do solo, além de obter, também como benefício, uma melhor produção e rentabilidade.
Para se ter um plantio direto bem estruturado, é muito importante um planejamento anterior, como a criação de um cronograma, em que é possível ter a previsão de tudo o que está programado para o ano agrícola ou em qualquer outro período que se tenha planejado.
- Manejo integrado de pragas e plantas daninhas
O manejo integrado propõe o combate de pragas e plantas daninhas, em ações conjuntas e de forma rápida e eficiente.
Este método é caracterizado pelo uso de diversas formas defensivas, como as culturais, genéticas, legislativas e biológicas, de maneira alternada e simultânea. Além de ser considerada uma prática sustentável, possibilita diminuir o prejuízo econômico e retarda a resistência desenvolvida pelas plantas daninhas e pragas.
- Uso de iLP e iLPF
Os métodos iLP (integração Lavoura Pecuária) e iLPF (integração Lavoura Pecuária e Floresta) são métodos que promovem, como os próprios nomes já indicam, uma integração entre os plantios de floresta e lavoura e a produção pecuária, de forma que uma traga benefícios para a outra. Estas estratégias vêm crescendo de maneira consistente no Brasil e, também, ganhando o gosto dos produtores.
Esses consórcios trazem benefícios para o solo, utilizam melhor os insumos, podem trazer mais conforto animal, diversificam a produção e geram mais empregos e renda. Tudo isso de forma sustentável e com baixa emissão de gases de efeito estufa, podendo até mesmo mitigar essa emissão.
E quais são as vantagens de aderir a estas práticas?
O fato de ser uma prática sustentável e, consequentemente, respeitar a fauna, a flora e todas as riquezas ambientais, já se classifica como vantagem.
Porém, outros benefícios que não se limitam apenas às questões ambientais chamam bastante a atenção do produtor rural e, dentre elas, as principais são:
Para além da porteira, as práticas sustentáveis abrangem o agronegócio como um todo, não somente no Brasil como no mundo, em que tudo está interligado a uma produção sustentável.
De acordo com o texto publicado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em 2009, “How to feed the world in 2050” (“Como alimentar o mundo em 2050”), o planeta encontra-se frente a uma situação complexa, já que a população mundial aumentará 29,8% até 2050, quando estará próxima de 10 bilhões de pessoas. E para alimentar esse número crescente será necessário que a produção agrícola cresça cerca de 70%, o que seria o equivalente a um aumento constante de 2,4% ao ano.
No entanto, também é essencial que este aumento na produção ocorra sem que haja a necessidade de abrir novas fronteiras agrícolas e, para isso, é imprescindível que se lance mão de métodos que promovam o crescimento da produção de alimentos de forma sustentável e limpa.
Neste sentido, cientes do seu papel como uma das empresas mais inovadoras do mundo, a Indigo contribui para que os consumidores tenham acesso a alimentos mais saudáveis, por meio de tecnologia, inovação e de uma agricultura mais sustentável.
“Observando este cenário, a sociedade, as empresas e os governos têm se preparado e alocado recursos na projeção de um futuro em que o crescimento e a escalabilidade não sejam inversamente proporcionais aos cuidados com o meio ambiente. O setor agrícola tem um papel imprescindível no desenvolvimento de projetos sustentáveis que valorizem e promovam boas práticas, ajudando não só a mitigar os impactos no ecossistema, como também a potencializar processos produtivos, que gerem oportunidades reais de negócios”, comentou Dario Maffei, CEO Latam da Indigo, em texto para o site Notícias Agrícolas.
Além de trabalhar com biotecnologia, revolucionando o cenário agrícola e melhorando a qualidade de culturas como soja, milho e algodão, a Indigo também possui uma importante iniciativa para geração e comercialização de crédito de carbono, que promove uma agricultura mais sustentável.
O tema sustentabilidade já é realidade e resposta para problemas como aquecimento global e comprometimento de recursos naturais que passam, obrigatoriamente, por práticas agrícolas mais sustentáveis. Por isso, nossas soluções têm como prioridade encontrar formas que permitam melhorar o modo como produzimos e nos relacionamos com o meio ambiente.
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