Há cerca de 4.000 anos a.C., o homem desvendou os segredos da agricultura, marcando a história e levando a uma mudança radical no estilo de vida do homem. Com a transição para uma vida mais sedentária, o desenvolvimento da agricultura, a exploração e domesticação das terras marcaram o início das primeiras civilizações. Foi assim no Oriente Médio, às margens dos rios Tigre e Eufrates, que testemunharam a antiga Mesopotâmia; no Egito, que prosperou às margens do Rio Nilo; na China, às margens do Rio Amarelo; assim como na Índia, que se desenvolveu às margens do Rio Indo.
Curiosamente, as civilizações se desenvolveram e prosperaram em torno de grandes rios, especialmente em atividades ligadas à agricultura, o que torna a história de cada povo naturalmente ligada a sua vida agrícola. E tudo isso torna a importância da profissão agronômica algo indiscutível.
No Brasil, a agronomia se originou com o advento da agricultura no país, especialmente durante a colonização e os ciclos econômicos de cana-de-açúcar, café, algodão e borracha. A profissão sempre exerceu um papel vital e sua relevância continua até os dias de hoje.
Nos últimos 50 anos, com a revolução tecnológica e de pesquisa na agricultura, o engenheiro agrônomo emergiu como uma figura crucial no esforço global de alimentar a população mundial.
Como colaboradores essenciais para os agricultores, os agrônomos são os responsáveis por levar inovações ao produtor, realizar assistência técnica, implementar boas práticas, auxiliar na gestão de risco, diversificar a produção, enfim são os principais agentes de mudança no campo. E para acompanhar a evolução da agricultura, esses profissionais precisaram se adaptar a novos desafios da agricultura, buscando constantemente aprimorar a produção.
As demandas atuais da agricultura, moldadas pela tecnologia e pela sustentabilidade, pedem por um novo conjunto de competências. E é isso que vamos abordar neste texto, as novas competências necessárias para um agrônomo.
O relacionamento é a primeira e mais importante habilidade na profissão do engenheiro agrônomo. Trata-se de uma competência fundamental que vai além do conhecimento técnico. A capacidade de estabelecer e manter relacionamentos sólidos e positivos é essencial para o sucesso nesse campo. E entre as razões pelas quais o relacionamento é tão essencial, podemos citar:
Uma das primeiras competências que os agrônomos devem ter é o domínio da tecnologia. Entender e estar apto a utilizar ferramentas tecnológicas é fundamental em tempos de agricultura de precisão, que abrange todos os níveis tecnológicos, desde o agricultor iniciante até o mais avançado. Logo, ser capaz de compreender uma análise de dados de softwares de gestão agrícola, ter familiaridade com o sensoriamento remoto e saber operar uma tela de monitoramento a campo é um pouco do que se espera de um engenheiro agrônomo.
A tecnologia se tornou um item indispensável na agricultura, pois além de proporcionar economia de tempo no manejo, também promove a economia de insumos para o produtor e proporciona maior produtividade e sustentabilidade.
Esta é uma das áreas que mais tem impacto no agronegócio. Engenheiros agrônomos devem entender os princípios da genética e das técnicas de melhoramento de plantas, além de estarem atualizados sobre os avanços dos insumos biológicos, cada vez mais em alta na agricultura e vitais na otimização dos cultivos.
Compreender a manipulação genética de plantas e animais pode trazer benefícios como culturas e espécies mais resistentes a pragas, doenças e ainda mais vigorosas. Assim como os agrônomos estiveram na vanguarda dessas pesquisas, eles também devem continuar a par das suas aplicações.
A profissão de engenheiro agrônomo sempre se baseou em planilhas e dados, então nada mais óbvio do que possuir a capacidade de analisar e interpretar informações complexas dos softwares gestão, pois a tecnologia vem como um auxílio para a agricultura, e não para substituir o homem em 100% da atividade.
Engenheiros agrônomos devem ser habilidosos na análise de dados a fim de identificar padrões, tendências e oportunidades de melhoria nos processos agrícolas.
Além da comodidade que a tecnologia proporciona na agricultura, um dos grandes feitos é a promoção da sustentabilidade. Engenheiros agrônomos precisam considerar as interações entre os componentes do ecossistema agrícola e adotar práticas que minimizem impactos ambientais, promovendo um sistema de produção equilibrado e duradouro.
Interagir com especialistas de outras áreas como biólogos, engenheiros de softwares e outros profissionais também é habilidade essencial para um futuro promissor na agronomia. Além disso, saber trabalhar em equipe nunca foi tão essencial.
Pode parecer óbvio falar em atualização para um agrônomo, mas o fato é que estar sempre atualizado com as tendências tecnológicas, realizar cursos, participar de congressos, dias de campo e afins, continuam fazendo muito sentido para se manter relevante e à frente das mudanças.
À medida que a tecnologia continua a remodelar a agricultura, os engenheiros agrônomos precisam se reinventar, se capacitar constantemente e rever as novas competências necessárias para a profissão. Incorporar tecnologias, abraçar a sustentabilidade e trabalhar de forma interdisciplinar são as chaves para se destacar na era da tecnologia do campo e liderar a revolução agrícola do século XXI.
Universidade Federal do Espírito Santo. Engenheiro agrônomo: o passado e presente da profissão do futuro. Disponível em: https://agronomia.saomateus.ufes.br/conteudo/engenheiro-agrônomo-o-passado-e-presente-da-profissão-do-futuro. Acesso em: dez. 2023.
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